Senador Marcelo Castro (ao centro, de camisa amarela) em reunião com candidatos e coordenadores da campanha do Time do 13/Imagem: Divulgação.
Nos últimos tempos, isso virou uma febre: se uma pessoa não consegue atingir seus objetivos por qualquer comportamento limitante, ela recorre ao coach, que se apresenta como o profissional salvador que pode levá-la a eliminar essas limitações.
Tal empurrão é dado por meio de uma ajuda metodológica que envolve uma capacitação específica do profissional, mas estão surgindo coach para todos os gostos. Basta que tenham pose e lábia. E cara de pau.
Em geral, o método coaching é aplicado nos ramos dos negócios e profissional, mas está sendo transposto para a política.
Na prática, trata-se de uma análise sobre o passado, que foca no futuro para fazer com que o cliente do profissional coach desenvolva seu foco em tal direção e atinja sua meta em curto espaço de tempo.
Virada
O senador Marcelo Castro (MDB), psiquiatra por formação e político calejado nas refregas eleitorais, boa oratória e grande capacidade de argumentação, virou coach na reta final da campanha do PT para o Governo do Estado.
Esquecido até há pouco tempo no banco de reserva do Time do 13, ele entrou em campo para fazer a cabeça dos jogadores e da torcida vermelha para que se vire nos 30 e caminhe com ânimo para o jogo do próximo dia 2.
O senador-coach está atuando em tempo integral, nos canais de TV, nos palanques e nas reuniões políticas.
E vem mostrando por “A” mais “B”, com base em análises que, ao seu modo, faz das pesquisas eleitorais, que é a hora da virada e que ela está acontecendo.
Ou seja, o candidato a governador pelo PT, Rafael Fonteles, pelas suas contas, estaria encostando no principal concorrente, Silvio Mendes (União Brasil), líder absoluto das pesquisas de intenção de voto desde o início da campanha.
A convocação
Marcelo Castro foi convocado na última hora para a linha de frente da campanha porque o Time do 13 sentiu falta de alguém com capacidade para dialogar e articular diretamente com as lideranças políticas.
Isto é, alguém que fale a mesma língua dos deputados, candidatos, prefeitos, vereadores e outros menos votados. Que cuide da motivação. Nisso, o senador é craque.
O ex-governador Wellington Dias, a quem cabia esse papel, já não estava dando conta dele, pois corre o campo inteiro, atrás de voto para voltar ao Senado.
Se mais não conseguir, nesse seu novo papel de coach, que o reaproxima das lideranças políticas em condição excepcional, o senador Marcelo Castro pelo menos vai sacramentar a eleição de seu filho Castro Neto para a Câmara Federal.
1 Comment
O PT virar o jogo a essas alturas da disputa nos parece uma tarefa impossível, dada a ampla vantagem de Silvio sobre o candidato do Karnak.
O grande objetivo de Marcelo Castro, sem dúvida, é apenas garantir a eleição de seu pimpolho para a Câmara Federal. Essa é sua prioridade.
Experiente, o senador sabe que o desgaste do governo petista afasta a possibilidade de eleição de Rafael Fonteles.
Só um desastre com potencial para desgastar a imagem do candidato da oposição poderia dar ânimo novo ao candidato petista, o que é improvável de acontecer.
É mais fácil a oposição fazer barba e cabelo, com Joel ultrapassando Wellington na reta final da disputa pelo Senado, como as pesquisas sinalizam, que o PT eleger o governador.
A essas alturas, acompanhando atentamente as pesquisas, Marcelo e a Jurema não apostam mais nenhuma ficha na vitória de Rafael.