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Eleição para o Senado – quem vem lá!

Joel Rodrigues e Wellington, do tempo em que eram aliados/Imagem: ALEPI

O comandante em chefe da campanha da oposição no Piauí, ministro Ciro Nogueira (Casa Civil), está animado com a perspectiva de vitória de seu grupo tanto na eleição para o Governo do Estado quanto na de senador.

As pesquisas de intenção de voto já divulgadas indicam que, na eleição para governador, a campanha ficará polarizada.

Até aqui, os eleitores se dividem entre os candidatos do PT/MDB e aliados, Rafael Fonteles (ex-secretário de Fazenda), e do União Brasil/Progressista e aliados, Silvio Mendes (ex-prefeito de Teresina).

Senado, uma vaga

Este ano, o Piauí renova uma de suas três cadeiras no Senado. O senador Elmano Férrer (Progressistas) está encerrando seu mandato e decidiu não concorrer à reeleição. Está na disputa pelo mandato de deputado.

Os dois principais candidatos à vaga são o ex-governador Wellington Dias (PT) e o ex-prefeito de Floriano, Joel Rodrigues (Progressistas).

O ministro Ciro Nogueira avalia que o seu candidato, Joel Rodrigues, ainda é um ilustre desconhecido do eleitorado, mas tem potencial para crescer ao longo da campanha e ameaçar a posição do ex-governador.

Sonhar não paga

O chefe da oposição tem credenciais para fazer tais análises e prognósticos.

Afinal, além de conquistar dois mandatos seguidos de senador, o primeiro deles derrotando o tarimbado senador Heráclito Fortes, desde as eleições de 2010 ele transformou-se em articulador decisivo nas campanhas dos candidatos vitoriosos ao governo e ao Senado no Piauí.

Só lembrando: no segundo turno de 2010, Ciro levou o grupo do PTB, em peso, para o palanque do governador Wilson Martins (PSB).

Naquele pleito, o PTB apresentou o senador João Vicente Claudino como candidato a governador. Ele ficou na terceira colocação, com expressiva votação.

No primeiro turno, Wilson obteve 725.563 votos (46%), contra 470.660 (30%) de Silvio (PSDB) e 337.028 (21%) de João Vicente.

Os votos do candidato do PTB foram majoritariamente carreados para a campanha de Wilson, o que significou a derrota inevitável do ex-prefeito Silvio Mendes, hoje o candidato do ministro Ciro.

Mais duas

Em 2014, Ciro foi cabo eleitoral do senador Wellington Dias, colaborando decisivamente para seu retorno ao governo com a derrota do governador Zé Filho (MDB).

Em 2018, trabalhou para transformar num passeio a reeleição do governador.

De quebra, reelegeu-se para o Senado e ainda participou da operação que arrastou o ex-ministro Marcelo Castro (MDB) para a segunda cadeira de senador.

Cavalo de pau

O ministro deu um cavalo de pau e mudou radicalmente sua estratégia para 2022.

Foi buscar o ex-prefeito Silvio Mendes numa pescaria e o jogou nas águas da política outra vez.

A fisgada do candidato foi uma jogada de mestre para a oposição. A campanha dele está tomando corpo de forma até surpreendente.

Quanto ao Senado, a despeito das credenciais do ministro, seus prognósticos não dão sinais consistentes de que se confirmarão.

Zebras

Nos últimos 40 anos, só ocorreram duas zebras na eleição de senador, no Piauí.

A primeira foi em 1982, quando o deputado estadual João Lobo (por sinal, nascido em Floriano) deixou o PMDB, na última hora, bandeou-se para o governo Lucídio Portella, filiou-se ao PDS e se elegeu para o Senado.

Mas ele só conseguiu tal façanha porque favoreceu-se do instituto da sublegenda, um casuísmo inventado pelo regime militar.

Através desse artifício eleitoral, os votos dos três candidatos do governo ao Senado – Bernardino Viana, Joqueira e João Lobo – podiam ser somados em favor do mais votado dos três.

Se, depois dessa operação maquiavélica, a votação total desse candidato ultrapassasse a do candidato do partido adversário, ele seria considerado o eleito. E foi o que aconteceu.

Apurados os votos para senador, em 1982, João Lobo conseguiu 194.526 (28%), Bernardino Viana, 174.930 (25%) e Joqueira, 41.474 votos (6%).

Pela oposição, o ex-governador Chagas Rodrigues (PMDB) conseguiu 217.862 (32%) e os outros dois candidatos de sua legenda – Francílio Almeida, 25.722 (3%) e Walmor Carvalho, 13.501 (2%).

Portanto, o candidato mais votado ao Senado foi Chagas Rodrigues, mas o eleito foi João Lobo, graças à sublegenda.

A outra zebra

A outra zebra na eleição para o Senado foi em 2014. O senador Ciro Nogueira foi protagonista da articulação e do resultado.

Ele tanto pintou e bordou, junto com seu grupo, incluindo o PT, que o ex-prefeito Elmano Férrer acabou derrotando o ex-governador Wilson Martins.

Até então, só um ex-governador havia sido derrotado na eleição para o Senado logo depois de deixar o Karnak – Chagas Rodrigues, em 1962.

Recordando: o resultado da eleição de 2014 para o Senado foi este: Elmano obteve 981.219 votos (62%), contra 562.615 (35%) de Wilson Martins.

Ciro quer repetir essas proezas agora, mas a tarefa não será fácil. O ex-governador Wellington Dias não dá sinais de cansaço ao completar 30 anos de mandatos seguidos – incluindo quatro de governador eleito no primeiro turno.

Além disso, tem uma capacidade extraordinária de se esquivar dos desgastes do seu partido e de seu próprio governo. Pouco disso cola nele.

De todo modo, já que não usa barbas – para colocá-las de molho – Wellington nada perde por ficar de cabelo em pé.

1 Comment

  1. Celso Carvalho disse:

    O Zózimo está no rumo e tem sentido seu comentário, já um pouco diferente, o Wellington Dias não perde a eleição, isto é favas contadas e o seu candidato a governador Rafael Fontelles tem ampla possibilidade de ser eleitora, tem um vice bom que é do MDB. Além do mais tem a sombra do Luiz Inácio Lula

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