O DIA, patrimônio histórico e cultural do Piauí

O jornal O DIA faz 70 anos hoje. Poucos jornais no Brasil tiveram tanta longevidade. No Piauí, nenhum.

(Nesta imagem, de maio de 1983, um registro na primeira página da visita do governador Hugo Napoleão ao jornal. Aparecem o editor Francisco Leal, o coronel Miranda, capitão Osires, governador Hugo Napoleão com o filho Aluízio, o diretor Trabulo e eu).

Registo o aniversário do jornal com muito contentamento, pois ele foi, é e será sempre uma passagem digna de nota em minha vida profissional.

Foi em sua redação que iniciei minha atividade jornalística, em agosto de 1980. No jornal tive todas as oportunidades de aprendizagem e crescimento profissional.

Comecei como revisor de telex com as notas das agências de notícias, fui para a reportagem, escrevi coluna política e alcancei o cargo de editor-chefe, o mais alto da redação.

Saí do jornal algumas vezes. Sempre que retornei, fui acolhido com o afeto que, na passagem bíblica, o pai dispensou ao filho pródigo.

Cheguei ao jornal quando ele estava sob o comando firme do coronel Octávio Miranda, seu diretor-presidente, homem de visão, liderança e espírito empreendedor.

O DIA não se fez apenas um jornal grande. Tornou-se, sobretudo, um grande jornal, um marco na história do jornalismo do Piauí e do Nordeste.

Quando passou às mãos do coronel Miranda, no início da década de 1960, o jornal organizou-se como empresa e capitaneou uma verdadeira revolução na imprensa do Piauí.

Até então, os jornais que circulavam no Estado não passavam de meros folhetins. Eram, sobretudo, jornais de ocasião, para endeusar seus grupos políticos e usar de linguagem panfletária nas acuações contra os adversários.

Nestas sete décadas de circulação ininterrupta, o jornal registrou o que de mais relevante aconteceu no Piauí, no Brasil e no mundo, em todas as áreas.

Transformou-se, portanto, em patrimônio histórico e cultural. Pessoal e profissionalmente, me sinto muito feliz por ter participado de sua história.

Em tempos desafiadores para os meios de comunicação, como agora, O DIA se apresenta em sua forma impressa tradicional e também através das mais diversas plataformas digitais.

Ou seja, com as novas gerações, se mantém fiel ao espírito revolucionário e aguerrido de seu inovador.

Que O DIA siga em frente, por muitas e muitas décadas, contando e escrevendo a nossa história!