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Não devemos arrancar da cidade suas nomeações

Edwar Castelo Branco, historiador e professor/Imagem: UFPI.

Edwar Castelo Branco (*)

Concordo plenamente com a opinião do jornalista Zózimo Tavares (veja aqui: https://surl.li/xxtsdb) , contrária ao projeto que propõe a mudança da Avenida Marechal Castello Branco para prefeito Firmino Filho, mas por razões diversas.

Não raciocino quanto ao bem ou ao mal daquele que nomeia a avenida, a rua, etc.

Ainda que o homenageado seja – em tese – um cara mal, não se deve “desnomear” o que quer que seja em razão da identidade cultural da cidade. E a identidade é aquilo que nos sutura à realidade.

Milhares de teresinenses – tanto aqueles que cá nasceram quanto aqueles que, como eu e Zózimo, migraram para cá – se suturaram à realidade teresinense com tudo aquilo que a cidade tem. Sua beleza e suas cicatrizes, suas desigualdades.

Não devemos arrancar da cidade suas nomeações porque essas – mesmo que sejam cicatrizes – são parte da identidade cultural da cidade.

A história não se apaga com a remoção de um nome. Pelo contrário: a remoção de um nome de avenida abre a caixa de Pandora: poderosos de plantão vão sempre remover e remover de novo e assim sucessivamente.

Única hipótese, do meu ponto de vista, de remoção de nome de rua, avenida, praça, etc, é se tal remoção for objeto de um plebiscito.

Apenas de forma plebiscitária os cidadãos podem decidir sobre se é conveniente ou não eventual renomeação. Tema muito relevante. Parabéns ao Zózimo por levantá-lo.

(*) Professor Titular na UFPI, é graduado em História e em Direito, Mestre em Educação e Doutor em História. Foi Vice-Reitor (2008-2012), Chefe do Departamento de História (2006-2007) e Tutor do Programa de Educação Tutorial em História (PET) na UFPI. Tem experiência na área de História, com ênfase em História, Arte e Cultura e em Teoria e Metodologia da História.

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