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Quem tem medo da Regina Sousa?

Apenas seis Estados brasileiros elegeram mulheres como governadoras em toda a história da República.

A primeira mulher a conquistar um governo estadual foi Roseana Sarney, que em 1994 chegou ao comando do Maranhão, filiada ao PFL.

Filha do ex-presidente José Sarney, a maranhense é até hoje a mulher que mais vezes ganhou uma eleição para Governo de Estado.

Em 1998, foi reeleita e, em 2010, venceu outra disputa concorrendo pelo PMDB. É a única mulher a ter governado o Maranhão.

Os outros cinco Estados que elegeram mulheres para o governo: Rio Grande do Norte, Pará, Rio de Janeiro, Roraima e Rio Grande do Sul.
Os potiguares, por sua vez, são os que mais vezes tiveram uma governadora eleita.

Foram quatro pleitos vencidos por mulheres: Wilma de Faria (PSB) foi a 1ª, em 2002, reeleita em 2006. Rosalba Ciarlini (DEM) ganhou em 2010 e Fátima Bezerra (PT), em 2018.

A atual governadora do Rio Grande do Norte foi a única mulher eleita governadora em 2018. Caminha para a reeleição em 2022.

O quadro mostra a dificuldade da presença feminina na política brasileira, ainda um espaço ocupado majoritariamente pelos homens, em todas as esferas.

No Piauí

O Piauí faz história, hoje (31/03), com a posse da vice-governadora Regina Sousa no comando do Estado.

Ela assume o cargo de governadora no começo de uma campanha eleitoral e isso, de certa forma, tira um pouco do brilho do momento, assinalado pelo exemplo histórico de valorização da presença feminina na política, que o Piauí dá ao Brasil.

Regina é a primeira mulher a governar o Estado em caráter efetivo. O fato é celebrado por muitos. Outros se incomodam.

Desde 1986, acompanho a política piauiense de perto. Conheço razoavelmente os principais personagens do meio.

Regina, é evidente, não se encaixa no figurino do político tradicional, marcado pela ostentação, a eloquência, a dissimulação, pelo sorriso fácil…

Não! Ela é exatamente o contrário de tudo isso. E muito menos tem a ver com o modelo da política idealizada e desejada pelas elites.

Sua postura é de extremada austeridade. Não é uma pessoa que se apegue ao populismo raso, à demagogia barata, à malandragem e aos malfeitos da política.

Quebrando tabus

De origem humilde, vinda do interior do Piauí, ex-quebradeira de coco, é uma mulher que enfrentou com coragem e determinação os desafios da vida, formando-se a duras penas. Fez-se professora e conquistou emprego de bancária por concurso.

É de uma personalidade forte e tem o que, na política, deve ser a essência da atividade: espírito público, sensibilidade, honradez e senso de organização incomum.

Não é de embromação. É uma mulher do sim e do não.

Traz na bagagem a experiência do diálogo, da articulação e da experiência administrativa, adquirida no sindicalismo, na gestão pública e na política – esta forjada ao longo de décadas como militante e dirigente partidária, senadora da República e, por último, vice-governadora.

A partir de hoje, Regina deve ser cobrada pela sua ação político-administrativa no exercício do cargo de governadora, não por ter chegado lá, quebrando tabus e ampliando significativamente o espaço na política para a mulher.

1 Comment

  1. Maria das Graças Ferreira disse:

    Gostei imensamente do comentário sobre Regina Sousa pois ao assumir a governança do Estado do Piaui quebra_se aí um paradigma por ser a primeira mulher que assume esse cargo que sempre foi ocupado por figuras masculinas .Desejo todo sucesso possível nestes 9 meses que permanecerá no cargo e espero melhoria nas políticas públicas relacionadas aos menos favorecidos

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