O livro de Van
8 de abril de 2025
Silvio Mendes: 100 dias
10 de abril de 2025
Exibir Tudo

O Memorial Petrônio Portella tomou doril

Petrônio Portella e John Kennedy, na Casa Branca.

A Assembleia Legislativa está cumprindo uma intensa agenda de cerimônias para celebrar os 190 anos do Poder Legislativo do Piauí.

O programa foi aberto no último dia 31 de março, com sessão dedicada aos 40 anos de redemocratização do país, após o golpe cívico-militar de 1964.

Em seguida, houve uma Sessão Especial em Picos, dia 4 de abril, iniciando o programa de itinerâncias da Assembleia, que vai se instalar também em Oeiras, onde nasceu, em 1835.

A programação teve continuidade nesta quarta-feira (09/04), com a realização de Sessão Solene para lembrar os 40 anos de transferência do Poder para a sua atual sede, o Palácio Petrônio Portella, na Avenida Marechal Castello Branco, no Centro Cívico de Teresina.

Essas celebrações são oportunas e importantes para a reafirmação do papel das instituições, do estado democrático de direito e do culto à memória dos que contribuíram para isso.

Sem querer bagunçar o coreto das festividades, trago, no entanto, uma informação igualmente relevante: a Alepi praticou um atentado contra a memória e a história do Piauí e do Brasil.

Foi assim

Quando a Assembleia criou a Escola do Legislativo, em 2008, decidiu implantá-la no espaço onde estava instalado o Memorial Petrônio Portella, inaugurado juntamente com a nova sede.

O Memorial abrigava comendas, diplomas, presentes, objetos pessoais, documentos, livros, jornais, revistas e fotografias do senador Petrônio Portella, deputado estadual, prefeito de Teresina, governador do Piauí e duas vezes presidente do Congresso Nacional.

O Memorial foi desmontado e suas peças foram retiradas do espaço. Nunca mais foram vistas em lugar algum. Tomaram doril.

Isso apesar de a Assembleia ter construído um anexo quase do tamanho de sua sede e também um Cine-Teatro.

Fotos das fotos

Algumas das fotografias do Memorial Petrônio Portella sobrevivem para o público na reprodução delas que mandei fazer para meu livro O Piauí no Século 20 – 100 fatos que marcaram o Estado, publicado em 2000 e que alcança a sua 5ª edição.

As fotos mostram Petrônio Portella com líderes mundiais como o Papa João Paulo II e os presidentes norte-americanos John Kennedy e Jimmy Carter.

Também com os presidentes João Figueiredo e Ernesto Geisel, além de brasileiros como Tancredo Neves e Itamar Franco e personalidades como Pelé e o emergente sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva…

Há também sua última foto em vida, feita no aeroporto de Brasília, na tarde de 5 de janeiro de 1980, um sábado, na véspera de seu falecimento.

Mais tarde, essas fotografias foram reproduzidas também na biografia do senador que escrevi a convite do Senado Federal e que foi publicada em 2010, para lembrar os 30 anos de seu falecimento.

Novo Memorial

Como se sabe, Petrônio Portella foi um dos principais artífices da redemocratização e morreu em 6 de janeiro de 1980, aos 54 anos, como ministro da Justiça.

Estava no auge de sua carreira, empenhado de corpo e alma no processo de abertura política, e tinha seu nome cotado para ser o primeiro presidente civil do Brasil após o ciclo dos militares no poder.

Isso foi ressaltado por todos os oradores que fizeram uso da palavra na sessão desta quarta-feira da Assembleia.

2025 é o ano do centenário de seu nascimento. O Poder Legislativo do Piauí corrigiria um ato de injustiça se mandasse restaurar o Memorial.

Afinal, ele guardava a memória daquele que, entre os membros do Poder Legislativo Estadual, foi o que alçou o voo mais alto na República brasileira.

Petrônio deu grandeza à política e serviu ao Brasil. Honrou sua terra e orgulhou sua gente.

Sua história deve ser conhecida pelas novas gerações e preservada e reverenciada por todos os piauienses.

Os senadores Petrônio Portella, Itamar Franco e Tancredo Neves.

Petrônio com o Papa João Paulo II.

O senador Petrônio na capa da mais influente revista brasileira.

Comments are closed.