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Lembrando Macário Oliveira

O advogado, jornalista e professor Macário Oliveira, falecido no primeiro dia de 2021, aos 77 anos, foi uma pessoa importante para a definição de minha carreira profissional.

Em 6 de novembro passado, publiquei estas lembranças, nas quais o Dr. Macário aparece como figura central:

Bem, eu prometi que hoje começaria a contar como foi meu ingresso no jornalismo profissional, há 40 anos, e como era a redação do jornal O DIA, quando comecei.

Mas há, ainda, outra história do nosso jornalzinho, em Água Branca, que não posso deixar de contar agora.

Quando vim a Teresina, após o decreto de fechamento do jornalzinho, atrás de apoio para mantê-lo em funcionamento, fui parar na polícia.

Explicando melhor: o presidente do Clube do Repórter do Piauí, jornalista Francisco Leal, me encaminhou para a Secretaria de Segurança.

Ele avaliou que o caldo havia entornado em Água Branca e que os responsáveis pelo jornalzinho deveriam receber proteção policial.

Então, fui atendido no Gabinete do Secretário de Segurança, ali na Praça Saraiva, pelo advogado, professor e jornalista Macário Oliveira.

O secretário de Segurança à época era o ex-governador e ex-deputado federal Joqueira, que estava viajando.

O Dr. Macário era o chefe de Gabinete e, naquela época, respondia pela Secretaria na ausência do titular.

Na mesma hora, ele redigiu e assinou um ofício encaminhado ao delegado de polícia de Água Branca, capitão PM Guedes, determinando que a polícia desse segurança de vida aos jovens redatores do jornalzinho.

Foi mais longe: fez uma defesa enfática da liberdade de expressão.

A bem da verdade, o capitão Guedes era um policial polido, bem relacionado e que exercia a sua função na base do diálogo.

Por isso mesmo, talvez até tenha se melindrado com a ordem do secretário de Segurança.”

Vamos lembrar que aquele expediente foi assinado pelo Dr. Macário em pleno regime militar.

Ele não me conhecia e sabia que o então prefeito de Água Branca, a quem sua ordem contrariava, era filiado ao partido do governo.

Mas a sua convicção democrática falou mais alto.

Na passagem do sétimo dia do seu falecimento, a minha gratidão e a minha saudade!

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