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Da “Primavera Silenciosa” à COP30 – Parte 1

A discussão sobre meio ambiente e sustentabilidade é relativamente recente. Os debates dessa pauta começam a partir da década de 1960.

O livro Primavera Silenciosa, de bióloga norte-americana Rachel Carson, publicado em 1962, dá o pontapé no debate.

Até então, a preocupação maior das nações era com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), sem atentar para seus impactos na natureza.

        Primavera Silenciosa deu forma a um poderoso movimento social que já alterou o curso da história.

        A obra chamou a atenção para o uso indiscriminado de pesticidas nos Estados Unidos, principalmente do DDT (sigla de diclorodifeniltricloroetano).

        Conforme a autora, à época da publicação do livro, 500 novas substâncias químicas eram lançadas no mercado anualmente.

         Na sua visão, o uso de pesticidas apresentava como consequência imediata danos irreversíveis ao meio ambiente e aos humanos, ao provocar a contaminação do solo, das plantas, das águas e dos animais.

         As pessoas eram afetadas com o aparecimento de cânceres, adquiridos pelo consumo de produtos envenenados. 

A Tragédia dos Comuns

Em 1968, sai outro texto de grande impacto sobre o tema, The Tragedy of the Commons (A Tragédia dos Comuns), de Garret Hardin.

O argumento central do biólogo norte-americano, nesse artigo, está voltado para o grave risco do desequilíbrio entre a produção e o consumo. Ou seja, em dada situação, os indivíduos, agindo de forma independente e de acordo com seus próprios interesses, atuam contra os interesses de uma coletividade, esgotando bens de uso comum.

O autor retoma ideias expressas no final do século 19 por William Forst Lord.

Os limites do crescimento

O livro The limits to growth (Os Limites do Crescimento), de 1972, foi, por sua vez, a produção acadêmica mais influente sobre a questão ambiental na década de 1970.

A obra aponta para os limites do crescimento e o colapso planetário no prazo de 100 anos. Seus autores, Donella e Dennis Meadows, Jorgen Randers e William Behrens III, analisaram o crescimento populacional, a produção alimentar e industrial, a disponibilidade de recursos não renováveis e os níveis de poluição.

O estudo foi considerado como alarmista. Ao longo dos últimos 50 anos, porém, muitas de suas previsões vêm se confirmando.

É o caso do crescimento exponencial da produção e do consumo, bem como da acumulação e do desperdício.

E outras questões que não foram abordadas na obra passaram a ser apresentadas por estudiosos que se interessaram pelo tema posteriormente, como o aquecimento global. (Continua…)

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(*) Texto publicado originalmente na Revista da Academia Paraense de Letras, edição especial sobre meio ambiente, lançada em agosto de 2024, em Belém, durante o II Congresso Nacional das Academias Estaduais de Letras.

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