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Igreja-Matriz de Água Branca/Imagem: Acervo do autor.
Escrevo hoje mais um capítulo sobre o decreto de fechamento do jornalzinho de nosso grupo de jovens, em Água Branca.
O caso aconteceu há 45 anos. Por que estico essa história? Porque ela é representativa de uma época em que o país estava ainda se desprendia do domínio da censura.
Em muitos lugares, havia jornais alternativos, feitos de forma quase artesanal. Era uma tentativa de furar o bloqueio implacável do arbítrio.
Pelo que sei, porém, nenhum deles teve o seu fechamento determinado através de um decreto.
Nota do Clube do Repórter
Pois bem! O ato de fechamento do nosso jornalzinho foi baixado pelo prefeito de Água Branca, José Ferreira Soares, o “Dedino” (PDS), quando “O Águia” tinha apenas seis meses de existência.
Sem chão, corri para Teresina e bati à porta do jornalista Francisco Leal, então presidente do Clube do Repórter do Piauí.
Ele imediatamente lançou nota pública condenado o ato. A nota foi lida em vários programas de grande audiência, como os do Galego e do Gilberto Melo, ambos na Rádio Pioneira.
O caldo engrossou. O prefeito de Água Branca desfrutava de largo prestígio político. Outro irmão dele, inclusive, era prefeito em São Pedro do Piauí, cidade vizinha.
Ele foi incensado a endurecer. Daí para frente, o episódio mexeu com o mundo político e a imprensa do Piauí.