
O FOQUINHA 5 – Cara a cara com o arbítrio
31 de agosto de 2025O FOQUINHA 6 – O jornal fechou e fui parar na polícia

Macário Oliveira, ex-secretário substituto de Segurança.
Bem, há, ainda, outra história do nosso jornalzinho, em Água Branca, que não posso deixar de contar agora.
Quando vim a Teresina atrás de apoio para mantê-lo em funcionamento, após o decreto do prefeito determinando seu fechamento, naquele julho de 1980, fui parar na polícia.
Explicando melhor: o presidente do Clube do Repórter do Piauí, jornalista Francisco Leal, me encaminhou para a Secretaria de Segurança.
Ele avaliou que o caldo havia entornado em Água Branca e que os responsáveis pelo jornalzinho deveriam receber proteção policial.
Então, fui atendido no Gabinete do Secretário de Segurança, ali na Praça Saraiva, pelo advogado, professor e jornalista Macário Oliveira.
O secretário de Segurança à época era o ex-governador e ex-deputado federal Joqueira, que estava viajando.
O Dr. Macário era o chefe de Gabinete e respondia pela Secretaria na ausência do titular.
A tensão estava apenas começando
Na mesma hora, ele redigiu e assinou um ofício encaminhado ao delegado de polícia de Água Branca, capitão PM Guedes, determinando que a polícia desse segurança de vida aos jovens redatores do jornalzinho.
Foi mais longe: fez uma defesa enfática da liberdade de expressão.
A bem da verdade, o capitão Guedes era um policial polido, bem relacionado e que exercia a sua função na base do diálogo.
Por isso mesmo, talvez até tenha se melindrado com a ordem do secretário de Segurança.
O fato é que, independente da ordem do secretário de Segurança, os dias de tensão para nosso grupo de jovens estavam apenas começando, como contarei mais adiante.

Ofício do secretário de Segurança ao delegado de Polícia de Água Branca/ Arquivo pessoal.
