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O FOQUINHA 1 – Memórias de um aprendiz de jornalismo

Na redação do jornal O Dia/Imagem: Acervo pessoal.

O tempo voa e, muitas vezes, nos carrega em suas asas para onde nem imaginamos.

Há exatamente 45 anos, eu começava a minha profissão de jornalista!

Ao longo das próximas semanas, contarei, sempre aos domingos, um pouco dessa experiência profissional, iniciada quando eu tinha 18 anos.

E vou compartilhando essas memórias por aqui porque avalio que elas não são apenas minhas.

Trago lembranças de uma época, de costumes e, principalmente, de gente – as pessoas com as quais convivi no começo – e ao longo – dessa caminhada. Ou apenas vi.

Minha primeira redação foi a do jornal O Dia, onde ingressei pelas mãos do jornalista Francisco Leal (de saudosa memória), que estava assumindo a editoria geral.

O foquinha

Antes, um aviso aos navegantes que cruzam outros mares que não os do jornalismo: foca, no jargão das redações, é o jornalista inexperiente, em início de carreira. É chamado também de foquinha.

Já o jornalista viajado, experiente, calejado no ofício, é chamado de dromedário.

Isto posto, como diria um professor de matemática que tive na Escola Técnica Federal do Piauí, hoje IFPI, vamos direto ao ponto, como diria o colega José Neumanne Pinto.

Em agosto de 1980, o Piauí ainda vivia a euforia da visita do Papa João Paulo II a Teresina.

Aquela manhã de 8 de julho de 1980 entrara definitivamente para a história de seu povo como uma das páginas mais belas e mais inesquecíveis: no aeroporto de Teresina, depois de beijar o chão, o Papa celebrara missa campal para uma multidão de 100 mil fiéis.

A faixa

Do meio dela, uma gigantesca faixa subiu diante de seus olhos, com os dizeres: “Santo Padre, o Povo Passa Fome!”.  

Ao final do Pai Nosso, João Paulo II leu a faixa, com uma pequena adaptação: “Pai Nosso, o povo passa fome!

A faixa seria apreendida instantes depois pelos agentes da ditadura militar, mas no dia seguinte estaria estampada nos principais jornais do mundo inteiro, como uma denúncia sobre as injustiças sociais que afligiam o Nordeste brasileiro.

Foi este o ambiente que encontrei na redação, quando me iniciei na imprensa, em 1º de agosto de 1980, no jornal O Dia.

E como desembarquei no jornalismo? É o que vou contar na próxima semana.

Na redação do jornal O DIA/Imagem: acervo pessoal.



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