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23 de novembro de 2025Weyden Cunha, um campeão de audiência
Weyden Cunha, personagem marcante do rádio piauiense.
Na era de ouro das rádios AMs, na hora certa, manhã ou tarde; em qualquer dia da semana e em qualquer emissora, bastava o rádio começar a tocar Czardas, da banca Os Incríveis, e os concorrentes podiam até tirar suas emissoras do ar.
Dali por diante, naquele horário, todos os aparelhos estavam ligados apenas em uma emissora.
O locutor, com sua voz inconfundível, saudava os ouvintes com a máxima: “Se você reclama um amor que perdeu, lembre-se daquele que não teve um amor para perder”.
Esse fenômeno se repetiu por pelo menos duas décadas, em Teresina. E o autor de tal façanha foi o radialista Weyden Cunha.
A trilha
Sua presença no microfone era sempre precedida e acompanhada ao longo do programa pela execução do grande sucesso instrumental da banda Os Incríveis, gravado em 1967 e que atravessou gerações. Uma trilha que marcou época na radiofonia de Teresina.
No último dia 13, o radialista entrou para o reino do silêncio, aos 81 anos.
A trajetória
Nascido na antiga Rua da Palmeirinha, hoje Clodoaldo Freitas, Weyden Cunha foi aluno do velho Liceu Piauiense.
Na juventude, morou uma temporada no Rio de Janeiro.
Depois, mudou-se para Goiânia, onde trabalhou com serigrafia em uma agência de publicidade, antes de decidir retornar para Teresina.
De volta à capital piauiense, começou na JL Propaganda, empresa do radialista e advogado José Lopes dos Santos, que comandava a Rádio Difusora.
Foi ali que iniciou sua carreira no rádio, em 1972, tendo como primeiro grande desafio entrevistar o governador Alberto Silva.
A partir daquele momento, firmou-se como um dos principais comunicadores da emissora.
Na TV e nos jornais
Weyden Cunha atuou ainda na primeira equipe de repórteres da TV Clube, no início da década de 1970, e escreveu em jornais impressos.
Entre as coberturas que mais marcaram sua trajetória, destacava a da visita do Papa João Paulo II ao Piauí, em julho de 1980, experiência que definiu como inesquecível.
Ele trabalhou em todas as emissoras AMs de Teresina.
Com seu tino de publicitário, criou nomes originais para seus programas. O que ficou mais conhecido chamou-se Das 3, simplesmente a melhor. Nesse programa, ele tocava o começo de três músicas e os ouvintes escolhiam, pelo telefone, a melhor delas para ser tocada por inteiro.
Uma saudade
Tive o privilégio de trabalhar lado a lado com Weyden Cunha na redação da Secretaria de Comunicação, do começo dos anos 1980 ao início dos anos 90. Um excelente companheiro, brincalhão.
Por último, já aposentado, mas sempre amante do rádio, ele apresentava o Programa Weyden Cunha na velha Difusora, onde começou sua carreira.
E sempre prestigiava este seu fã com um alô repleto de amizade.
O silêncio de Weyden Cunha encerra uma era no rádio piauiense e deixa uma lacuna na comunicação local, marcada por sua voz inconfundível, o comentário irreverente, a nota picante, o modo singular de contar histórias e a capacidade de hipnotizar os ouvintes com músicas ao gosto popular.
Descanse em paz, querido amigo!
Relembre a trilha dos programas de Weyden Cunha:

