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19 de outubro de 2025
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O FOQUINHA 13 – O fascínio de uma redação de jornal

O certificado do curso de jornalismo por correspondência/Imagem: Acervo do autor.

Bem, finalmente, entro na redação de um jornal profissional, em 1º de agosto de 1980.

Minha primeira redação foi a do jornal O Dia, onde ingressei pelas mãos do jornalista Francisco Leal, que estava assumindo a editoria geral.

Eu tinha 18 anos e chegava ao jornal com noções elementares de jornalismo. Já sabia o que era lead, notícia, editorial, artigo, legenda, etc.

Onde as aprendi, com tão pouca e idade e em um tempo no qual o Piauí ainda não tinha a sua faculdade de comunicação? Em um curso de jornalismo por correspondência, de curtíssima duração, que fiz quando ainda garoto.

As notícias do mundo
No jargão da redação, comecei “limpando telex”. Ou seja, corrigia os despachos das agências de notícias transmitidos via telex.

À maneira de um telegrama, os textos chegavam em caixa alta (letras maiúsculas).

A missão do revisor era marcar para o setor de composição o que efetivamente deveria ficar em maiúsculas, bem como observar a acentuação, pois o texto original não trazia cedilha, circunflexo nem til.

Quais eram as principais notícias do mundo naquele momento? Elas davam conta da guerra entre Irã e Iraque, a eleição de Ronald Reagan nos Estados Unidos, o boicote dos EUA às Olimpíadas de Moscou, o assassinato de John Lennon e a fundação do sindicato Solidariedade, na Polônia. 

Os textos

Além de notícias, as agências mandavam para a redação uma grande quantidade de artigos, crônicas e outras modalidades de textos jornalísticos, assinados por renomados profissionais de todo o mundo.

Foi da observação atenta desse material, entremeada com outras leituras, naturalmente, que tirei as matrizes do meu texto quando fui transferido para a reportagem, algum tempo depois.


Mudanças

Ao longo destas quatro décadas e meia, muita coisa mudou no jornalismo. São muitos os sonhos realizados e são muitas também as ilusões perdidas. Eu faria tudo outra vez? Respondo mais adiante.

O que posso adiantar é que o contato com a redação de um jornal – à época o maior do Piauí, em circulação e prestígio, e hoje o único impresso em circulação no Estado – foi algo absolutamente fascinante, como contarei mais na frente.

(Acesse textos anteriores da série O FOQUINHA: Menu + Além do Fato + Categorias + Memórias)

O jornal O DIA saiu com essa capa poucos dias antes de minha chegada à redação.

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