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O FOQUINHA 9 – Padre na mira do prefeito

Igreja-Matriz de Água Branca/Imagem: Acervo do autor.

Bem, como eu contava domingo passado, o decreto de fechamento do jornalzinho de nosso grupo de jovens, há 45 anos, em Água Branca, mexeu com meio mundo.

Nosso grupo de jovens recebia o apoio do padre João Batista Gougeon, um francês que era vigário da paróquia local desde 1968.

Ele concluiu a igreja-matriz de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, cuja construção foi iniciada na década de 1950, pelo padre Borges, de Regeneração.

Apesar do compromisso público do último general-presidente, João Figueiredo, de transformar o Brasil em uma democracia, os dias ainda eram muito tensos, naquela época, na área política.

O estado de segurança nacional do regime militar entendia que a Igreja Católica era um de seus inimigos públicos.

Em várias partes do país, havia dura repressão ao trabalho dos padres e bispos.

Expulsão do padre

Naquele ano de 1980, o padre italiano Vitor Miracapillo foi expulso do Brasil por ter se negado a celebrar a missa da Independência. Ele trabalhava no interior de Pernambuco. O caso obteve ampla repercussão.

Nesse clima, soubemos que o prefeito de Água Branca havia mandado uma carta para o arcebispo metropolitano de Teresina, dom José Freire Falcão, acusando o padre João de ser comunista.

E de estar usando os jovens contra ele, prefeito.

Na cidade, correu o boato de que o padre seria expulso do Brasil, como foram os padres franceses Aristide Camio e Francois Gouriou, isso um pouco mais adiante, em 1981.

Poucos dias depois do boato sobre a expulsão do padre João, o vigário-geral da Arquidiocese de Teresina, monsenhor Mateus Rufino, foi a Água Branca examinar a situação in loco.

No próximo domingo, conto o resultado de sua visita.

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